quinta-feira, junho 06, 2013

Empreendedores fazem muito mais do que o imaginado com muito menos do que parece possível

O campus da universidade de Stanford

Hoje escrevo da Universidade de Stanford. Mais de sete anos depois de ter estado aqui para a pesquisa do meu doutorado, volto como coordenador de um programa de inovação para empreendedores brasileiros.
A universidade continua impecável e de portas abertas!
Um extenso campo florido na entrada com estátuas de Rodin ao ar livre impressionam os visitantes de primeira viagem. O quadrante original continua perfeito e lindo. Muitas construções de pedra do final do Século XIX.
A Universidade de Stanford nasceu de uma tragédia pessoal. Leland Stanford já era um homem rico quando decidiu se estabelecer na Califórnia. Tinha ganhado muito dinheiro com estradas de ferro, mas em uma viagem da família à Itália, seu único filho, na época com 15 anos, adoeceu vindo a falecer.
Como não tinham mais nenhum filho para cuidar, Leland e sua esposa decidiram cuidar dos “jovens” da Califórnia e decidiram fundar uma universidade inspirada nas melhores faculdades do mundo naquele momento na enorme fazenda que tinham na cidade de Palo Alto em 1891. É este símbolo de grandiosidade que encontramos no quadrante original.
Mas não há opulência.  As portas estão abertas para quem visita a universidade, as pessoas são amistosas, e rapidamente você se sente em casa. Não há como não se sentir bem em algo tão belo, bem cuidado e amistoso.
Noto muitos prédios novos. Mas dois chamam mais a minha atenção pelo meu interesse em negócios e engenharia.
O novo prédio da escola de negócios, a  Knight Management Center, é para parar, sentar e apreciar cada detalhe. Do lado esquerdo, um imenso painel composto de quadrados coloridos que mudam de cor com uma certa aleatoriedade. O nome da obra“Monumento à mudança enquanto isto muda” e a abundância de cores que se alternam à sua frente remete a Heráclito, filósofo de Éfeso que destacava que a única constante no mundo é a mudança.
No canto de prédio ao lado, uma mensagem, gravada no pilar que sustenta o prédio diz “Dedicado para as coisas que ainda não aconteceram e para as pessoas que estão prestes a realizá-las”. Na entrada do novo prédio, uma réplica de um tênis com a sola de borracha feita em uma máquina de waffle utilizada para criar o tênis que tornaria a Nike famosa e aí você começa a entender o nome do complexo de prédios.
A Nike só existe porque em 1962, um dos seus alunos de MBA elaborou um trabalho de conclusão de curso sobre um negócio de tênis de corrida na faculdade de negócios de Stanford. Quarenta e quatro anos depois, este mesmo aluno, Phil Knight, voltou para doar US$ 105 milhões de dólares para a construção do prédio mais moderno do mundo entre as escolas de negócio. Mas eu já sabia da construção do prédio, mas ainda assim fiquei surpreso com a beleza do local, das salas de aula e da biblioteca.
Mas não estava sabendo do novo complexo das escolas de engenharia de Stanford. Tivemos aulas no novo complexo Jen-Hsun Huang Engineering Center. Na entrada, gravada no chão, os dizeres de um provérbio chinês: Os professores abrem as portas, mas você deve entrar por si mesmo. Na sala ao lado direito, pintado na parede: “Empreendedores fazem muito mais do que o imaginado com muito menos do que parece possível”. E se olhar para frente se depara com o primeiro servidor do Google, feito com peças de Lego e placas de plástico grudadas com fita adesiva. E se olhar para o lado esquerdo, há uma réplica da garagem onde a HP foi criada. Por sinal, os dois prédios adicionais do complexo se chamam William Hewlett Teaching Center e David Packard Electrical Engineering. A HP tinha nascido em salas de aula há menos de 50 metros de lá em 1939.
Mas ainda estava curioso para saber quem era o Jen-Hsun Huang. Usando o Google, que por sinal tinha sido também fundado há menos de 50 metros de onde estava, no prédio William Gates, sala 380, descobri que Huang nasceu em Taiwan em 1963, um ano depois de Phil Knight ter se graduado em Stanford. Imigrou cedo para os Estados Unidos e com muito esforço, consegui se formar em ciência da computação e depois fez seu mestrado em engenharia elétrica em Stanford. Após o mestrado, co-fundou a Nvidia, um fabricante de processadores que faturou US$ 4 bilhões em 2012. Como agradecimento pelas portas abertas por Stanford, Huang voltou a escola e doou US$ 30 milhões para a construção daquele prédio em estava agora.
Mas o Jen-Hsun Huang Engineering Center tem uma conexão com outro complexo chamado Jerry Yang & Akiko Yamazaki Environment & Energy Building. Em 2007, o casal, que estudou em Stanford, voltou à universidade para doar US$ 75 milhões para a construção do complexo. Yang tinham co-fundado a Yahoo! e agora retornava à sua universidade com o mesmo intuito de Leland Stanford mais de um século depois.
Somadas, as doações de Phil Knight, Jen-Hsun Huang, Jerry Yang e Akiko Yamazaki somam US$ 210 milhões. Mas isto faz pouca diferença. Stanford tem mais de US$ 17 bilhões em caixa originados de doações e royalties de tecnologias geradas na universidades como a utilizada no Google. O que faz mesmo a diferença é que, apesar de tudo, as coisas que ainda não aconteceram e as pessoas estão lá, prestes a realizá-las. Que Stanford abre as portas, mas você deve entrar por si mesmo. E que empreendedores fazem muito mais do que o imaginado com muito menos do que parecia possível. E que nada vai mudar na sua vida se não fizer parte da mudança!

Autor: Marcelo Nakagawa - Insper
Fonte: http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-empreendedor/empreendedores-fazem-muito-mais-do-que-o-imaginado-com-muito-menos-do-que-parece-possivel/

segunda-feira, março 18, 2013

Uma visão sistêmica da gestão organizancional



A visão sistêmica é a visão do todo, buscando a excelência naquilo que diz respeito à organização

Fonte: http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/artigos/uma-visao-sistemica-da-gestao-organizancional

Com mais de 1.100 profissionais e 15 escritórios em todo o território nacional, as empresas Trevisan abrangem quatro tipos diferentes de negócios: Auditoria (a parceria com o quinto maior grupo mundial na área de auditoria torna a BDO Trevisan parte de uma comunidade de 105 países e 25 mil pessoas); Consultoria (a Trevisan Consultores atua nas áreas de consultoria organizacional, estratégica e econômico-financeira); Terceirização (a Trevisan Services possui serviços de contabilidade, administração e gestão de pessoal, entre outros); e Educação (a Escola de Negócios Trevisan atende 800 pessoas anualmente).

Como ter uma visão sistêmica de todas as áreas de negócio e entender as relações de interdependência entre eles, olhando para o ambiente interno e externo? 

Não basta fazer planejamento financeiro, nem fazer planejamento estratégico. Também não adianta somente criar um ritmo organizacional eficaz ou fazer medições competentes. É preciso levar para toda a organização o que significa pessoas e processos que fazem parte dela até clientes e a sociedade propriamente dita –padrões de altíssima qualidade que fazem parte de um modelo de excelência em gestão.

Isso só acontece quando as pessoas envolvidas nos processos têm uma visão sistêmica do negócio. Ou seja, quando conseguem literalmente “ver” a empresa como um todo, em todas as suas partes, interna e externamente, seja qual for seu tamanho ou setor.

Visão Sistêmica é isto: a forma de entender a organização como sendo um sistema integrado inclusive à sociedade. Justamente por ser um sistema integrado, o desempenho de um componente pode afetar não apenas a própria organização, mas todas as suas partes interessadas.

É importante enfatizar que qualquer organização pode seguir e deve adotar na prática este conceito, que integra o primeiro - e o principal - dos 12 fundamentos da excelência disseminado pela Fundação Nacional da Qualidade. São conceitos reconhecidos internacionalmente e se traduzem em práticas encontradas em diversas organizações competitivas no mundo.

Nas empresas Trevisan, com mais de mil clientes de diversos portes e setores, nacionais e multinacionais, uma área corporativa coordena os negócios e ao mesmo tempo presta serviços a todos os negócios.

Para medir as atividades da organização, o trabalho dos colaboradores, sua carreira, o planejamento e todos os outros inúmeros passos do negócio é fundamental definir os processos que o farão funcionar -  tanto no nível financeiro quanto no estratégico e também em relação à especificidade do próprio negócio. Por meio de indicadores, deve-se consolidar na empresa (ou no grupo de empresas) um ritmo organizacional único, a ser replicado em todas as áreas – o que será feito, como será feito, quais são as campanhas, ações etc.

Para se ter uma visão sistêmica da gestão organizacional deve-se levar em conta o Modelo de Excelência da Gestão® que envolve liderança, estratégias e planos, pessoas, processos, clientes e sociedade. Ou seja, ele alinha de forma harmônica e integrada pessoas com processos voltados para a geração de resultados e conhecimento para a organização. Esse modelo também envolve a liderança enquanto negócio ou marca, ou liderança enquanto gestor. Exige que a empresa seja capaz de atender as necessidades de seus clientes, bem como satisfazer as necessidades da sociedade e das comunidades com as quais interage, sempre agindo de forma ética na busca da sustentabilidade social, ambiental e econômica. Hoje, já se sabe que não terá sucesso a organização que não for transparente em todos os públicos e não se preocupar com as questões ambientais.

Toda empresa, de qualquer porte ou setor, pode e deve seguir esse modelo. Basta entender bem de seu negócio, situar-se no mercado onde atua, com quem se relaciona, como se relaciona, de que forma e como mede suas ações e seus resultados. É preciso fazer isso de uma forma sistêmica, com medições constantes e disseminando essas informações a todas as pessoas que fazem a organização funcionar. Todos devem entender o que fazem, como fazem, para que fazem, de um modo integrado e funcional.

Para isso, a organização deve ser ágil e extremamente flexível quando treinada na metodologia da excelência – mas é preciso haver um treinamento contínuo na organização. Ela tem de ser excelente no que faz e ao mesmo tempo aproveitar as oportunidades de mercado.

Na verdade, a gestão do negócio tem que ser simples e como já foi dito serve para qualquer negócio, de qualquer tamanho. É importante questionar o que se deseja em relação à empresa, quais são as bases de conhecimento, as estratégias, a excelência do que já é feito, a excelência da gestão como um todo, a visão disso tudo.

Cabe ainda ressaltar que ninguém sabe tudo, por isso é preciso sempre melhorar os processos, aplicando ferramentas de gestão, certificações, benchmarkings e qualquer outro tipo de aperfeiçoamento nesta ou naquela parte da organização. Não adianta a empresa ser ótima apenas em metodologia, e não conseguir ou não manter clientes. Tem que ser ótima no que faz desde o atendimento ao cliente e as pessoas até nos investimentos em infra-estrutura. Tem que estar sempre no “estado da arte da gestão”, no nível mais alto de desenvolvimento, e isso exige uma sintonia fina de toda a organização, todos os dias.

A visão sistêmica, enfim, é o olhar que permite enxergar de modo claro cada processo e cada negócio. É a visão do todo, buscando a excelência naquilo que diz respeito à organização, tanto no que se refere às coisas tangíveis (produtos, por exemplo) quanto intangíveis (marca, imagem, talentos), contemplando todas as partes interessadas.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...